terça-feira, 1 de julho de 2014

Desatino

Olho para o relógio e vejo que já passa de uma da madrugada e eu sentado à mesa, sozinho - todos já foram dormir -, meio perdido, tentando encontrar uma solução para meus anseios, sem que nada venha à mente. Penso em escrever, porém os pensamentos que se transformarão em palavras estão desconexos. Talvez reflitam meu estado de espírito.
Abro a página do "Desassossego" - já que o criei para isso -, penso em escrever sobre o que vier na "cabeça", sem a preocupação de me fazer ouvir por quem quer que seja, basta que eu mesmo me veja estampado em meio às palavras.
Mas por que estou assim? Imagino que seja pelo fato de estar cansado, não fisicamente, mas cansado da luta cotidiana, sempre os mesmos desafios, com os mesmos obstáculos... Tem hora que cansa e você sente vontade de "chutar o pau da barraca" e mandar tudo "pelos ares". E eu sou assim, não gosto de ver as coisas acontecendo, gosto de ser protagonista da minha própria vida. Não me dou bem com o papel de coadjuvante.
É possível que esteja próximo de tomar uma decisão, como sempre - para os outros - RADICAL. Para mim, radicalismo não é sinônimo de ser intempestivo, contudo é o mesmo que ser decidido, como se tem que ser em certos momentos da vida. Um passo para trás não me parece sinal de covardia, muito pelo contrário, é como se fosse preciso retroceder um pouco para ganhar impulso necessário para superar um obstáculo. Muitas vezes, é preciso coragem para se tomar decisões e isso nunca tem me faltado.
Nessas horas, em que parecemos sem norte, sem destino, o que é mais necessário é se tomar consciência das suas reais condições e a mim, quem mais conhece sou eu mesmo, para saber o que precisa ser feito.
Confusas, minhas palavras, não?! Acho que sim! É bem provável que não entenda o que elas querem expressar, mas eu sei muito bem o quero dizer através delas.
Existem certas situações em que precisamos nos dar um tempo para podermos decidir o que fazer. Tomar uma atitude nunca é algo fácil, pois muitas vezes o que vamos fazer incorre em um desafio e, nem todos eles, são fáceis, muitos nos cobram um preço alto.
Quem não é acostumado a gerir sua própria vida, normalmente espera que as coisas se acertem por elas mesmas. Os que tem coragem tomam as rédeas do seu próprio destino, põem a "faca entre os dentes" e "encaram qualquer parada". Não é algo fácil, mas às vezes é necessário!
Enigmático o que digo? Creio que sim. Então, por que não vou ao cerne da questão e deixo tudo às claras? Porque não foi com essa intenção que decidi escrever. Ora, se não para isso, foi para quê? Para mostrar para mim e para quem tiver a disposição de ler meu "desatino", que muitas vezes - ou na maioria delas - a razão de um texto é o próprio texto!!!
Como assim?! O texto fala por si mesmo, se ele não explicita o que de fato sentimos, é porque ele fala pelas entrelinhas ou o sentido dele está na forma como ele foi composto. Ou seja, a falta de clareza do que é exposto pelas palavras é o retrato do momento de quem as escreve. Entendeu?! Ainda não?! Muitas vezes o que mais importar é dizer o que sentimos - certo?! - e não, necessariamente, de nos fazer entender.
Sendo essa a sua essência, o mesmo serviu ao seu propósito.
Sacou?! Não?! Deixa para lá, esquece!  

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