sexta-feira, 26 de setembro de 2014

"Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem - dizem!"

Ao andar por aí, é fácil se deparar com exemplos que "DEUS" é uma das palavras mais usadas hoje em dia. Quando não vemos o seu santo nome exposto nos carros: "Deus é fiel...é fácil"; "Dirigido por mim, guiado por Deus"...até a mais contraditória que afirma que "quando Deus quer é assim". Nesse aspecto pergunto e quando Deus não quer o que acontece? Também encontramos a palavras DEUS em fachadas dos mais diferentes lugares, daqueles mais simples aos mais estonteantes. Além disso, o nome do "Senhor" não pára de ser mencionado, quer seja no altar ou na esquina: não falta quem o evoque, seja por qual motivo for.
Diante disso, no mínimo era de se esperar que estivéssemos vivendo um momento único em nossa história, presenciando o fortalecimento da fé e a transformação dos ensinamentos divinos em práticas de vida em cada um de nós. Deveríamos, portanto, ser mais tolerantes, humildes, caridosos, mais humanos uns com os outros... pois, foi esse um dos principais ensinamentos de Cristo: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Marcos 12:30-31). 
Mas o que acontece é justamente o contrário!  A intolerância, o preconceito, o radicalismo, a violência pela violência - mata-se hoje pelos motivos mais banais - atestam o inverso do que se era de esperar, já que "DEUS" está tão em evidência.
Não são só as pessoas carolas, os evangélicos fervorosos, não, são todos. Do meu avô a um estudante pré-adolescente, todos e outros tantos se apressam em deixar claro que são crentes em Deus. E eu pergunto: e daí? O que isso prova? Nada!
Até informação básica de currículo o fato de ser católico, evangélico ou judeu... passou a ser utilizado, como se pertencer à tal religião ou denominação fosse, por si só, capaz de nos auferir uma melhor condição de assumir uma vaga de trabalho ou sermos merecedor dela.
Outro sinal desses novos tempos é considerar o fato de que participar de encontros de casais, de jovens, de retiros religiosos, de caminhadas, de frequentar igrejas ou templos, de andar com a bíblia à mostra para quem quiser ver, como sendo um diferencial. É como vestir uma roupa da melhor e mais cara "grife", algo que torna o seu usuário superior ao outro.  
Mas onde está o efeito disso tudo?!  O mundo dá impressão que piorou. 
Mesmo buscando uma explicação plausível para isso, não encontro, a não ser o que me diz que tudo não passa de modismo, de mera falácia. E isso vale para toda e qualquer religião.
Observo também que, em ambientes em que muito se fala em DEUS, é comum encontrarmos o que de pior existe na relação humana: a hipocrisia
A hipocrisia nas relações com seus pares, na justificativa da intervenção divina nas conquistas materiais, na utilização do texto sagrado para justificar o injustificável, na utilização de um rótulo de conversão, só para que se demonstre estar arrependido de uma mal que praticamos, entre outros modos de agir.
Daí fico imaginando como DEUS vê a sua criação agir do jeito que tem agido e, em razão disso, o quanto talvez ELE se mostre indignado com o que vê.  
Diante disso, questiono como admitir que aquele, que atribui à vontade do CRIADOR tudo que faz, aja de forma leviana, querendo prejudicar, explorar, enganar os seus semelhantes!
Querer dar um conselho às pessoas que se dizem tementes a DEUS para seguir seus ensinamentos, torna-se um abuso de minha parte. Contudo, perceber que há algo de errado entre o discurso e a ação dos que se dizem parte dos que serão arrebatados é, no mínimo, o que se pode fazer diante de uma hipocrisia de igual tamanho. Por isso, quando vejo algo ou ouço alguém falar em "nome" de DEUS, o que me vem é uma quase que total desconfiança.
Em um quadro como esse, aquele jargão que insinua que apesar de "eu acreditar na existência de um deus, não pertenço a nenhuma religião", em parte, é até justificável. 
As religiões,as denominações, deveriam perceber que seus representantes não são donos das palavras nem da verdade. Daí ser inadmissível o comportamento xiita de certos líderes religiosos que, com seus discursos coléricos alienantes, transformam seus seguidores em meros fanáticos capazes de fazer qualquer coisa "em nome da "fé". Aí eu pergunto: fé em quê? em DEUS? Duvido!
Por essa razão, não seria nenhum absurdo rogar a DEUS, pedindo para que ELE nos perdoe, pois não sabemos o que dizemos, mesmo que devêssemos saber.
Acredito que qualquer religião ou denominação nunca foi nem jamais será superior a DEUS, pois ELE é ação e não mera palavras registradas em um livro. 
Por fim só me cabe pedir perdão, Senhor, em meu nome e no de todos que se sentirem, de alguma forma, incapazes de transformar o que falamos e seus ensinamentos em ações concretas que nos façam deixar de ser hipócritas! 

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